O terreno orienta-se morfologicamente de forma descendente para Norte, o que permitiu ao projeto potencializar um vínculo intenso com a topografia e a própria paisagem, projetando-se no sentido longitudinal de forma a intensificar essa relação com a paisagem envolvente. A ancoragem arquitetónica baseia-se assim numa herança muito forte da componente morfológica do próprio terreno e em simultâneo na expressão de um novo volume que parte da ideia da casa alentejana – modesta e horizontal, tributária da arquitetura de raiz tradicional.
Aborda-se pela fachada mais opaca – a Sul, a refratar o calor – e desenvolve-se em torno de um pátio, a Poente, vertendo-se depois sobre a paisagem no limite Norte. Também a gradação da dimensão dos vãos corresponde a uma gestão criteriosa da exposição solar, da captação de vistas e da circulação transversal de ar.
O volume estabelece ainda, através de um embasamento, uma relação com as diferentes cotas. Este elemento medeia a relação entre a habitação e a topografia, definindo o pátio a Poente e um percurso de atravessamento e acesso direto ao terreno baldio, a Nascente.
O desenho volumétrico da proposta pretende estabelecer princípios harmoniosos com toda a envolvente, num compromisso entre a herança de um passado e o presente.